Madeira - FACTOS HISTÓRICOS



A DESCOBERTA DA ILHA




O descobrimento da ilha atribui-se a João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, no ano 1419 e 1420, atribuindo-se a primeira data no encontro da ilha do Porto Santo e a segunda ao da Madeira (informação esta actualmente posta de parte por documentos irrefutáveis). A primeira baia que João Gonçalves Zarco atracou recebeu o nome de Machico, onde terão encontrado vestígios de passagem de pessoas.

Podemos afirmar que a nossa ilha foi descoberta provavelmente na primeira metade do século XIV, entre 1317 e 1336, existem mapas que representam a ilha da Madeira e Porto Santo, Desertas e Selvagens.



A LENDA DE “MACHIM”


A história de “Machim” é um simples conto de cavalaria, de um amor correspondido de uma mulher, Ana, que se opõe a seus pais. Os amantes, Ana de Arlet e Robert Machim viviam em Londres, onde seu amor já era bem conhecido. Os pais de Anne já tinham sido alertados deste amor, insatisfeitos com este facto e de acordo com o rei mandaram prender Robert Machim, e casar sua filha, de acordo com a sua eleição. Realizado o matrimónio de Ana (contra sua vontade) com um fidalgo inglês, deixaram Londres e avançaram para Bristol. Entretanto os dois amantes já haviam planeado uma deserção. Só tinham que esperar pelo momento certo. A oportunidade surgiu quando a cidade de Bristol estava preparando as viagens de navios da missão comercial para França. Robert planeou o sequestro de Ana com ajuda de um amigo. Chegado o grande dia, fugiram em direcção ao porto. Entretanto uma forte tempestade empurrou os dois amantes para um destino desconhecido. Durante treze dias, Ana, Robert e seus amigos inexperientes, andaram à deriva em busca de um porto de salvação, que julgavam nunca aparecer.

Dias depois, deram-se conta que encontravam-se num lugar totalmente desconhecido coberto de árvores. 

Atordoada, Ana d ´Arfet, pediu ao seu amado Robert para desembarcarem, pois estava muito cansada devido à tormenta por que haviam passado.

Frágil e doente Ana sentiu uma dor atroz no seu coração e passados três dias acabou por morrer.

Dias depois, Robert, seu amante, desesperado, tomou o mesmo caminho. Seus camaradas sepultaram o seu corpo juntamente com o da sua amada, colocando uma cruz sobre a sua cabeça, como Machin desejava.

A aventura de “Machin” teve lugar no final do reinado de D. Duarte III de Inglaterra (cerca de 1346) muito tempo antes da Madeira ser descoberta e conhecida até mesmo pelos portugueses.



DIVISÃO ADMINISTRATIVA

A ilha da Madeira (ilhas Desertas e Selvagens) foi dividida em duas capitanias. No Porto Santo também foi formado uma capitania.

Até à dominação Filipina o governo local pertencia aos respectivos capitães donatários. Depois passou a pertencer aos governadores generais e com a implantação do liberalismo a máxima autoridade acabou pertencendo aos governadores civis.

Os primeiros capitães donatários foram, no Funchal, João Gonçalves Zargo, cuja capitania administrou durante mais de quarenta anos. Em Machico, Tristão Vaz Teixeira e no Porto Santo, Bartolomeu Perestrelo.

Actualmente, o arquipélago da Madeira forma uma região autónoma, com onze Municípios, sendo um deles na ilha do Porto Santo.



VEGETAÇÃO PRIMITIVA


Quando Zarco chegou à ilha, na sua primordial viagem, a primeira acção que tomou foi examinar a costa sul da ilha até ao Cabo Girão.

Na segunda viagem em 1420, data em que se iniciou o povoamento, devido à grande densidade de mata que se estendia ate ao mar, Zarco ordenou que se ateasse lume aos locais seleccionados para cultivo.

O lume foi ateado em lugares diferentes mas especialmente na zona do Funchal. Por vezes, originavam incêndios que obrigava os colonizadores a fugir para os barcos ou ilhéus, passando fome durante dias. Primeiro atearam fogo às arvores seculares estendendo-se depois o lume à imensa floresta. Alguns historiadores afirmam que este fogo durou sete anos.

Feita a doação e demarcação das capitanias, os donatários distribuíram as suas terras, sob o título de “Sesmarias” entre as pessoas nobres, aventureiros e pessoas mais importantes.

A generosidade das terras correspondia à generosidade do trabalho do homem que era quase sempre permanente.

As encostas começaram a ser trabalhadas, a rega era necessária e por isso construíram as “levadas”, canais para transportar água. (levadas estas, hoje consideradas património Mundial)



CANA-DE-AÇUCAR

Foi introduzida na ilha em 1425, sendo as primeiras plantas importadas de Sicília, por ordem do príncipe D. Henrique. Houve uma plantação de canas-de-açúcar no “Campo do Duque”, onde hoje esta localizada a catedral e casas adjacentes. Esta cana primitiva existe também com o nome de “cana-da-terra”. Em 1882, uma praga destruiu quase todas as plantações, obrigando à escolha de outras espécies.



POVO

A colonização da ilha da Madeira iniciou-se com a vinda de Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira. Teve a participação das suas famílias e de pescadores do Algarve. Foi um ponto de partida para estruturar uma cidade com algumas diferenças étnicas. Os tipos de raças dominantes eram os celtas e os iberos. O tipo “russo” existia também, muito similar à raça escandinava que igualmente estava presente em algumas zonas do litoral português. Em vários pontos da ilha existiam diferentes costumes, conforme a população residente. As características dos habitantes de Machico eram pouco diferentes dos da Camacha, Calheta, como também do Porto da Cruz. A vila mais fértil da ilha localizava-se na Calheta. Era uma vila habitada por pessoas nobres e muito abastados; Os alimentos cultivados eram os mais baratos. Tendo em conta que a Calheta era uma zona de cultura intensiva apareceram também habitantes de raça africana, descendentes dos trabalhadores que cultivavam a terra nesta vila.

Os habitantes da parte norte da ilha são de raça muito pura, pois a mestiçagem quase não existiu. Conservavam uma forte vinculação com a população continental. Por outro lado, na zona sul, a densidade de raças era maior, ao continental juntou-se o inglês, mouro, o escandinavo, judeu e o africano. Apesar de toda a mistura de raças o sangue português manteve a primazia inicial. Por esta razão, a Madeira tem uma raça lusa com natureza própria que resistiu a toda a influência.

Fonte: http://www.in-out-travel.com/index.php/madeira?id=85

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